Não é imprescindível atuar na área de saúde para ter opinião a respeito de algo tão presente em nossa vida como os tratamentos médicos. A convivência com meus adoecimentos e curas me ofereceu algum aprendizado sobre o que seja saúde, doença e cura. Desenvolvendo uma percepção do ser humano integral e um manancial de recursos curativos, a homeopatia vem produzindo resultados concretos. De modo que acho injusta a acusação de não criteriosa e inócua que alguns governos, grupos e indivíduos vêm movendo contra ela.
O argumento mais usado pelos opositores da homeopatia afirma que os medicamentos homeopáticos são inócuos. Os medicamentos homeopáticos são chamados de placebo, água pura ou qualquer outra denominação que signifique zero à esquerda. É uma declaração de quem não conhece nem os postulados da homeopatia nem a maneira como seus medicamentos atuam.
Para a homeopatia a saúde deve integrar os planos mental/emocional/físico. Esta integração acontece seguindo um dinamismo chamado homeostase, que é uma busca pelo equilíbrio, bem estar e manutenção da vida. Segundo George Vithoulkas trata-se do seguinte:
"Cada organismo possui um mecanismo de defesa que está constantemente enfrentando estímulos, tanto de fontes internas quanto de fontes externas. Esse mecanismo de defesa é responsável pela manutenção de um estado de homeostase, isto é, um estado de equilíbrio entre os processos que tendem a perturbar o organismo e os processos que tendem a mantê-lo em ordem."
A homeopatia busca mapear a maneira como cada indivíduo cria seu processo de adoecimento. Usando algumas teses da ciência moderna, a homeopatia tenta repensar o antigo conceito de força vital.
Veja o que diz George Vithoulkas:
"O que é o mecanismo de defesa? Como ele pode ser percebido? Quais são, precisamente, as qualidades que definem sua função nas diversas circunstâncias?...............................................................................................................................
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Há séculos, o ponto de vista predominante estava centrado na filosofia do "vitalismo", que postulava a presença de uma força vital dotada de inteligência e poder de governar miríades de processos envolvidos tanto na saúde quanto na doença. Parecia-lhes óbvio que alguma força animava o corpo humano, pois o organismo humano é mais do que simplesmente uma soma de seus componentes físicos. Alguma força ou princípio animador entra no organismo no momento da concepção, orienta todas as funções da vida e depois deixa-o quando ocorre a morte."
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A idéia de que há uma força vital inteligente que anima o organismo, podendo essa força vital ser um campo similar ou análogo ao campo eletromagnético, abre novas possibilidades para a terapêutica, passível de conduzir a uma era da medicina da energia."
O medicamento homeopático é planejado para interferir no campo magnético do paciente. É notável que o
medicamento homeopático não age no plano fisico. A dinamização "quebra" as moléculas da substância física até que dela não reste mais nada. A afirmação de que a homeopatia "não passa de placebo", quer dizer que um medicamento não é digno de ser assim chamado se não agir através de reações químicas no plano físico". Isto soa persecutório. É lícito cobrar da homeopatia algo que não faz parte da sua proposta? A homeopatia propôs seu campo de estudo e segue seus postulados e métodos. Ela tem uma vocação própria e indagações que lhe são pertinentes. A homeopatia não está pronta e acabada, não é nem quer ser panacéia e está sujeita aos erros e acertos de todos os campos de conhecimento. Porém não é tão grotescamente ingênua e insincera para posar de medicina enquanto distribui remedinhos inócuos feitos de água com açúcar.
A ciência traz enormes benefícios para a humanidade. Sou admiradora da homeopatia e entusiasta da ciência. Se alguém pensa que ciência e homeopatia são excludentes, esse alguém não sou eu. Gostaria de formular uma pergunta impertinente mesmo sabendo que a resposta pode ocupar o espaço de uma biblioteca. O que é ciência? Minha modesta contribuição diria o seguinte: Ciência é uma inquirição sobre a natureza partindo de uma metodologia e visando à produção de um conhecimento sistematizado que possa de alguma maneira, melhorar a vida. Peço desculpas pela simplicidade da minha resposta, mas sei que ela não deixa de ser adequada. A ciência é uma dádiva e como tudo o que é luminoso, produz algumas áreas de sombra. A sombra da ciência são as ilusões ortodoxas que esperam de uma opção metodológica muito mais do que ela pode dar. Metodologias são recursos para agregar os resultados das pesquisas num todo orgânico e prever crivos para checar o grau de coerência e funcionalidade desses resultados. É apenas um recorte do mundo, e por mais acertado que seja, não representa o todo.
Todos os paradígmas são construções culturais que têm mais ou menos èxito em interferir na natureza. A natureza não se submete a nenhum tipo de controle. Ela é dadivosa e interage com a inteligência humana doando amorosamente o conhecimento que precisamos para viver e evoluir. Mas é soberana para doar as chaves dos seus segredos quando e a quem lhe convem, e para guardá-los também. De modo que eu pergunto: Por que um paradigma julga-se correto , ou exato ou preciso o bastante para dar conta de estudar e compreender a natureza em suas infinitas formas, relações e manifestações ? Um paradigma é um conjunto de pressupostos e métodos que funcionam até certo ponto para certas finalidades. É um recorte do mundo que pode ser muito inteligente, bem fundamentado, bem elaborado e muito produtivo. No entanto, será apenas um recorte, sem o poder de alcançar a natureza integralmente. Isto vale para todos os paradigmas e visões do mundo, inclusive para a homeopatia.
Onde está a fragilidade da homeopatia? É apenas mania de batizar placebos com nomes pomposos? Uma prática rudimentar que se auto-intitula medicina? Nada disso. Aliás, a homeopatia não é tão frágil assim. Ela apenas ousou seguir caminhos próprios. Suas idéias a respeito da vida, saúde, doença e prática da medicina inauguraram metodologias e estratégias inéditas e chegaram a conclusões que têm um elevado grau de dessemelhança em relação à maneira predominante de organizar o conhecimento. De modo que ela nem sempre confirma os modelos vigentes. Muita calma, dona ciência radical, para o que lhe é diferente. As possibilidades são infinitas. A natureza é cifrada e ninguém tem acesso à sua integridade. Talvez a humildade seja um passaporte bem aceito.
Homeopatia ciência e cura
autor: George Vithoulkas
Título original: "The science of homeopathy"
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