Chegou a hora de começar a ler os livros da chamada geração beat. Comecei com algumas entrevistas concedidas por Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs. Pelo que entendi eram amantes da autenticidade. Pessoas que gostavam de sair por aí, fazendo o que julgavam significativo. Davam porrada nos valores conservadores. Contribuíram para chacoalhar os costumes.
Até onde eles foram com aquelas experiências místicas? Allen Ginsberg relata estados de consciência alterados. Algumas viagens nas fronteiras da percepção. sintonizando sensações além do ego. Hoje em dia, o contexto está mais propício para que estas experiências encontrem suas iguais. São vivências que podem ser amparadas por grupos que já aprenderam a canalizar esse material para experiências interessantes com o Self. Hoje há mais chance para que este material seja significado por seus sujeitos.Campo fértil em possibilidades de cura, individual e coletiva. Hoje em dia, rende até "propostas concretas". Mas eles? Bem, acho que eles eram meio(senão de todo) anti-proposta.
Já me agradei do espírito de busca deles. Bacana, pessoas comuns só querendo viver e serem elas mesmas. Sensíveis e subjetivos, não quiseram fórmulas e propostas para salvar o mundo. Nem grandes, nem pequenos, cada um do seu tamanho. Nem santos, nem políticos, nem líderes carismáticos, nem ideólogos de plantão. Bom. muito bom.
As entrevistas cheiram a gente, pessoas comuns. Me vem à cabeça, uma imagem de força cinética. Ginsberg meio descabelado passeando por uma rua qualquer. Calça jeans, largadão, de tênis ou sandália. Com um gingado no corpo. Será que ele tinha gingado? Não, provavelmente não. Mas não era rígido. Acho que não. Talvez um andar meio de pantera cor de rosa, meio trôpego. Cara na poeira e na vida, porque não há outro jeito e enfim, a gente acaba gostando.
Por enquanto tudo isso é palpite. Só li as entrevistas. Vou ler os romances e os poemas.
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