Minha poesia
é fúria que se calou
que se colou
é o desejo
é o sem jeito
do rosto
do desgosto
uma dor espalhada no chão
comprimida dentro de frascos
feita geléia
em doses finas
iguarias roubadas à
vida por ignorância
sabores da infância
doce de abóbora entornado
sobre a cama
como uma entorse encabulada
que acabou antes de sarada
virou aleijão encruado
que envenenada se oferece
se reconhece
como o seu chão
que recebeu o vômito
que ficou ofendido
quando o medo se espatifou
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