quarta-feira, 5 de junho de 2013

Meteoritos assustam?

            Minha caneta começou a riscar o papel , buscando inspiração  para   um  post. E ela veio riscando o céu da Rússia com uma luminosidade  enorme,  estrondando e arrebentando  janelas,  como  algo que não admite  ser ignorado.  Chegou com tudo: velocidade, esplendor, estardalhaço e agressividade. Assustou muito e embora  não tenha sido catastrófico, causou ferimentos generalizados e considerável prejuízo material.
             Aqui embaixo nos sentimos impotentes  diante deste fenômeno  que vem do alto  sem avisar. Ficamos com mil perguntas penduradas na boca, sem  encontrar sua forma de expressão.  Como não temer um fenômeno  sobre o qual  não temos o menor controle? E quando ele vem não se sabe de onde, nem por que, com um potencial de destruição imprevisível? Meteoritos são intrigantes e ensejam  uma multidão de sentimentos e reações. Eles intensificam nossa  sensação de sermos formiguinhas  de um cosmos incomensurável e desconhecido.  Gostaríamos de saber, afinal, o que este  cosmos vai fazer de nós. São velhas questões que a humanidade adia para o fim da pauta e que nesta hora,   reivindicam seu lugar de destaque.  Não sei muito bem o que ele representa para a coletividade.  O que sei sobre o cosmos ou meteoros? Mas aqui vou embora numa viagem só minha. Algo dentro de mim é tocado  pelo incrível mistério  que é este cosmos tão rico e movimentado ao nosso redor.
               É notável  o quanto o cosmos é inteligente, organizado e amoroso. O amor e a proteção me parecem muito palpáveis. Lembram das viagens de Gulliver, quando ele  em  Lilliput  podia esmagar centenas de pequeninos com uma pisada só? Então multipliquemos  esta possibilidade por vezes sem conta, e eis-nos aos pés de um gigante fantástico e imensamente forte que pode nos acariciar com os raios mornos de um sol dourado ou com uma brisa suave, nos destroçar  com um tsunami, nos queimar com lavas vulcânicas  ou atirar meteoros sobre nós. Talvez a ciência tenha mil razões para me desmentir, mas meu ruminante interior acredita piamente  que a escolha é toda do cosmos. E o meu ruminante, assim tão vulnerável, ainda não morreu de medo? Não, não morreu. Mesmo na sua pequenez o bichinho consegue   enfrentar com a serenidade possível os momentos de abalo. O cosmos é portentoso  mas se dá ao trabalho  de soprar  suavemente nos ouvidos de pequenas criaturas. Assim diz ele a um pobre bichinho em aflição por motivos  tolos ou graves: Confia simplesmente. O dinheiro acabou? confia. O amor não voltou? confia. O tsunami arrebentou? confia. Poderia ter sido comigo?  sim, mas continua  confiando. O meteorito caiu? confia. Confia pois o amor não fere, não magoa, não mata. O amor só protege, só premia. O amor tem desígnios  amplos que nem  sempre são alcançados pela  compreensão Lilliputiana. Muitas vezes, tudo  nos parece sombrio, louco, incoerente, absurdo.  Porém, as razões do amor são tão maiores do que podemos medir...
                A dor aguça em nós  a visão do que é negativo e oblitera a percepção de dádivas até muito óbvias. É todo deste cosmos o poder de destruir  e embora algumas vezes o faça, vezes sem conta constrói!  Quantas vezes  nós mesmos  nos destruímos  e recebemos dádivas  de reconstrução? Quantas vezes não estaremos destruindo o planeta e ele se recompondo,se  auto gerando por misericórdia da vida! Já nem quero mencionar os milagres ostensivos  que rendem histórias. No caso, abordo o milagre de todo dia e toda hora, que de tão corriqueiro, nem prestamos atenção. Se o cosmos é aleatório e ocasional, quem faz nosso coração bater? De onde virá esta força  que age muito  além  de nossa interferência? Cada minuto  da vida é um estupendo,  inimaginável milagre, do qual nenhuma  capacidade humana pode dar conta.  Isso é o que me passa pela mente quando observo a organização,  o planejamento, o direcionamento necessários para se criar  de um verme a um sistema solar. Acredito que  o cosmos não só não age aleatoriamente como também é amoroso em seus propósitos.  Nem os absurdos e discrepâncias que grassam por aí, me afastam da minha maneira de ver. Já passei por algumas experiências tranquilizadoras, que me ajudam a amenizar este dilema. Mas são experiências subjetivas, só minhas, que se passadas adiante, não farão sentido por falta de consenso. O  que talvez sejam mais um lance genial de adequação do cosmos. Cada um com suas experiências, seu ruminante, seus dilemas etc.  O cosmos é assim. Não cobra, não apressa,  não exclui,  nem privilegia. Cada qual com seu cada qual. Contanto, que haja respeito, tudo caminha.

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