quinta-feira, 28 de julho de 2011

Minhas emoções em O Senhor dos anéis

                Começando pela capa parece que algum  artista plástico  inspirado deu forma  ao que existe de mais recôndito no meu sonho. As imensas  e imponentes estátuas formando um portal magnífico. com as mãos espalmadas elas dizem "espere" impondo respeito, dizendo que de alguma maneira é preciso uma atitude reverente ao adentrar aquele espaço. O coração  dá uma cambalhota.

Trecho de  A SOCIEDADE DO ANEL

VII- Na casa de Tom Bombadil

  " __Você aí!__gritou Tom, olhando em direção a ele com um olhar de quem enxerga perfeitamente.__Ei! venha Frodo! Aonde você está indo?  O velho Tom Bombadil ainda não está tão cego assim. Tire seu anel de ouro. Sua mão fica mais bonita sem ele. Volte! Largue dessa brincadeira e sente-se de novo ao meu lado! Temos de conversar um pouco mais, e pensar  sobre amanhã cedo. Tom precisa lhe ensinar  a estrada certa, para evitar que se perca."

               Ah! Se Frodo pudesse adivinhar  tudo o que passaria  por aquele anel. Mas não,  Frodo nem suspeitava do significado do anel. Isso ele aprenderia mais tarde pisando as pedras dos caminhos, as escarpas, florestas, montanhas, charnecas; vendo o sol nascer e morrer dia após dia e até mesmo quando veio  a noite horrenda de Mordor e o sol  não nasceu nunca mais.
               Tom bombadil sabia  que a mão de Frodo ficava mais bonita sem aquele  anel.  O velho Tom Bombadil era suficientemente sábio para escolher uma beleza mais profunda  do que o brilho ostensivo do ouro. Frodo ainda era um jovem  hobbit de 50 anos  e nem suspeitava até onde a sede de poder  leva os homens.
                Uma estupenda saga transcorreu desde estes momentos iniciais até o lance  final com o anel. Frodo, nos últimos estertores de suas forças, exausto, faminto e desnorteado à beira do precipício, opta  por ficar com o anel. Inesperadamente é salvo pelo seu grande inimigo que lhe abocanha  anel e dedo. Esse interstício é no mínimo uma fábula generosa,  um  exemplo contundente do quanto precisamos  crescer  para não  sucumbir  à  tentação do poder fácil.

Trecho de A SOCIEDADE DO ANEL
XI-Uma faca no escuro

"Vou contar-lhes  a história de Tinúviel__disse Passolargo.__Resumida, pois essa  é uma  longa história da qual não se sabe o fim; e ninguém atualmente, com exceção  de Elrond, pode lembrá-la exatamente como era  contada há tempos. É uma  bela história, embora triste, como todas as histórias da  Terra-média;  mesmo assim  ela pode animar seus corações.__Então ele começou, não a falar, mas a cantar suavemente:

                                             As folhas longas, verde a grama;
                                                    Esguia é da cicuta a umbela;
                                             No prado há luz que se derrama
                                                    De um céu de estrelas a fulgir.
                                              Tinúviel dançando bela,
                                                    Ao som  que flauta  oculta inflama;
                                               Há estrelas no cabelo dela
                                                    E no seu manto a reluzir "

               Acho que é um pouco mania minha, mas quando leio o livro, tenho sempre vontade de cantar,  inventar  uma música para as passagens metrificadas. Acho que muitos leitores têm vontade de fazer o mesmo. Imagine,  estar na condição de seres viventes e pensantes que não sabem muito bem como e por que são ou ficaram assim. São muitas perguntas e grandes vazios. Essas canções de tempos antigos e perdidos como que nos trazem notícias de palavras guardadas lá dentro de nós. As letras estão esmaecidas  e um pouco ilegíveis,  mas logo saltam reavivadas  e animadas  dançando  e cantando alegremente uma canção que nos enche de prazer.
               E o estilo gostoso e divertido de misturar palavras coloquiais e tradicionais em frases caprichadas, receita para um aspecto formal bem dosado, que deleita e não cansa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário