sábado, 8 de outubro de 2011

Homeopatia com agá maiúsculo

           Não é imprescindível atuar na área de saúde para ter opinião a respeito  de algo tão presente em nossa vida como os tratamentos médicos. A convivência  com  meus adoecimentos  e curas  me ofereceu algum aprendizado  sobre o que seja saúde, doença e cura. Desenvolvendo uma  percepção do ser humano integral  e um manancial de recursos  curativos,  a homeopatia vem produzindo resultados concretos. De modo que acho injusta a acusação de não criteriosa  e inócua  que alguns governos, grupos  e indivíduos  vêm movendo contra ela.
          
 O argumento mais usado pelos opositores da homeopatia afirma que os medicamentos  homeopáticos são inócuos. Os medicamentos homeopáticos são chamados de placebo, água pura  ou qualquer outra denominação que signifique zero à esquerda. É uma declaração de quem não conhece nem os postulados  da homeopatia  nem a maneira  como seus  medicamentos  atuam.

                   Para a homeopatia a saúde deve integrar  os planos  mental/emocional/físico. Esta integração  acontece  seguindo  um dinamismo  chamado homeostase,  que é uma busca  pelo  equilíbrio,  bem estar e manutenção da vida. Segundo George Vithoulkas trata-se do seguinte:


                  "Cada organismo  possui um mecanismo de defesa que está constantemente enfrentando  estímulos,  tanto de  fontes internas quanto de  fontes  externas. Esse mecanismo  de defesa é responsável  pela  manutenção de um estado de homeostase, isto  é,  um estado de  equilíbrio  entre os  processos  que  tendem  a   perturbar o organismo e os processos que  tendem a mantê-lo em ordem."

                  A   homeopatia busca mapear a maneira como cada indivíduo cria seu   processo  de adoecimento. Usando  algumas teses da ciência moderna, a homeopatia tenta repensar  o antigo  conceito de força vital.
                  Veja o que diz George Vithoulkas:
                  
                   "O que é o mecanismo de defesa? Como ele pode  ser percebido? Quais são, precisamente, as qualidades  que definem  sua função  nas  diversas circunstâncias?...............................................................................................................................
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Há séculos, o ponto de vista predominante  estava  centrado  na  filosofia do   "vitalismo",   que postulava  a presença de uma força  vital  dotada  de  inteligência e poder de governar  miríades de processos  envolvidos  tanto na saúde  quanto na doença. Parecia-lhes  óbvio  que alguma força animava o corpo humano, pois  o organismo humano é mais do que simplesmente uma soma  de seus componentes físicos. Alguma força  ou princípio animador  entra no  organismo  no momento  da concepção, orienta  todas as  funções  da vida  e depois deixa-o  quando  ocorre a morte."
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A idéia  de que há uma força  vital  inteligente  que anima o organismo,  podendo essa  força  vital  ser um campo similar  ou  análogo  ao campo  eletromagnético, abre  novas possibilidades  para  a  terapêutica,  passível  de conduzir  a uma era da medicina  da  energia."

                   O medicamento homeopático é planejado para interferir  no campo magnético  do  paciente. É notável que o
 medicamento homeopático não age no plano  fisico. A dinamização "quebra" as  moléculas  da  substância  física até que dela não reste mais nada. A afirmação de que a homeopatia  "não passa de placebo", quer dizer  que um medicamento  não é digno de ser assim chamado se  não agir através de reações químicas no plano físico". Isto soa  persecutório. É lícito cobrar da homeopatia algo que não faz parte da sua  proposta? A homeopatia  propôs  seu campo de estudo e segue seus postulados  e  métodos. Ela tem uma vocação própria  e  indagações que lhe  são  pertinentes. A homeopatia  não está pronta e acabada, não  é nem quer ser  panacéia e está sujeita  aos erros e acertos de todos os campos de  conhecimento. Porém não é tão  grotescamente   ingênua  e  insincera  para  posar  de medicina  enquanto   distribui  remedinhos   inócuos  feitos  de água  com  açúcar.

                    A ciência traz enormes benefícios  para a humanidade. Sou admiradora da homeopatia e entusiasta da ciência. Se alguém pensa que  ciência  e homeopatia  são  excludentes,  esse alguém  não  sou  eu. Gostaria de formular uma pergunta impertinente  mesmo  sabendo  que a  resposta  pode ocupar  o espaço de uma biblioteca. O que é ciência? Minha modesta contribuição diria o seguinte: Ciência é uma inquirição  sobre a natureza  partindo de uma  metodologia e visando à produção  de um  conhecimento sistematizado  que possa de alguma maneira, melhorar  a vida. Peço desculpas pela simplicidade da minha resposta, mas sei que ela não deixa de ser   adequada. A ciência é uma dádiva e como tudo o que é luminoso,  produz  algumas áreas  de sombra. A sombra da ciência  são  as ilusões  ortodoxas que esperam de uma opção metodológica  muito mais do que ela pode dar. Metodologias  são recursos  para  agregar  os  resultados  das pesquisas  num todo  orgânico  e  prever  crivos para  checar o grau de coerência e funcionalidade  desses  resultados. É apenas um recorte do mundo,  e por mais  acertado  que seja,  não  representa o  todo.

                  Todos os paradígmas  são  construções culturais  que têm  mais ou  menos èxito  em interferir  na natureza. A natureza  não se submete a  nenhum tipo de controle. Ela é dadivosa  e interage com a inteligência  humana  doando amorosamente o conhecimento que precisamos  para  viver  e evoluir. Mas é soberana  para  doar as chaves dos seus  segredos  quando e a quem lhe convem, e para guardá-los  também. De modo que eu pergunto: Por que um paradigma julga-se correto , ou exato ou preciso o bastante para dar conta de estudar  e compreender a natureza  em suas  infinitas formas, relações  e manifestações ? Um  paradigma  é um  conjunto de pressupostos  e métodos  que  funcionam  até certo ponto  para  certas  finalidades. É um  recorte do mundo que pode  ser muito  inteligente, bem fundamentado, bem elaborado  e muito produtivo. No entanto,  será apenas  um  recorte, sem o poder de alcançar a natureza integralmente. Isto vale para  todos os paradigmas e visões do mundo, inclusive para a  homeopatia.

                 Onde está a fragilidade da homeopatia?  É apenas mania  de batizar placebos com nomes pomposos? Uma  prática  rudimentar  que se auto-intitula  medicina? Nada disso. Aliás, a homeopatia não  é tão frágil assim. Ela apenas ousou seguir caminhos  próprios. Suas idéias a respeito da vida,  saúde, doença e prática  da medicina  inauguraram  metodologias  e estratégias  inéditas  e chegaram a conclusões  que têm um  elevado  grau de dessemelhança  em relação  à maneira  predominante  de organizar o conhecimento. De modo que ela  nem sempre  confirma  os  modelos  vigentes. Muita calma, dona ciência radical, para  o que lhe é diferente. As possibilidades são  infinitas. A natureza é cifrada e ninguém tem acesso à sua integridade. Talvez a humildade seja um passaporte bem aceito.

Homeopatia ciência e cura
autor: George Vithoulkas

Título original: "The science  of  homeopathy"

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